Os números deixam claro: o Brasil depende das rodovias. Elas são responsáveis, atualmente, pelo transporte de 62% das cargas no país. Em segundo lugar, vêm as ferrovias (19,1%), seguidas pelas matrizes aquaviária (14,6%), dutoviária (3,6%) e aérea (0,1%). Se excluídos o transporte de minérios e o de combustíveis, as estradas responderiam por 85% da matriz de transporte de cargas no Brasil.
“O percurso eficiente de uma viagem por caminhão se dá em curtas e médias distâncias. No Brasil, no entanto, existem situações em que ocorre o embarque de cargas industriais em São Paulo com destino a Belém, ou o envio de produtos da indústria alimentícia de Porto Alegre para Teresina, com percursos de 2,9 mil km e 3,7 mil km, respectivamente”, afirma Ramon Cunha, especialista em infraestrutura da CNI.
Cunha destaca que o investimento público federal em transporte rodoviário em 2023, de R$ 13,4 bilhões, ainda é menor do que o registrado há dez anos. Em 2014, segundo dados da ONG Contas Abertas, o investimento feito por meio do DNIT somou R$ 15,8 bilhões, cifra já corrigida pela inflação. Em 2021 foi registrado o menor volume da última década: o investimento foi de apenas R$ 6,9 bilhões.
Não por acaso, na comparação com outras 18 economias similares à brasileira, o país ficou em penúltimo lugar no quesito qualidade das rodovias, segundo a edição mais recente do relatório Competitividade Brasil, divulgado pela CNI em 2022.
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