Entre janeiro e setembro deste ano, Parobé foi o 68º município gaúcho com maior volume de exportações, 88% delas foram de calçados. Já Igrejinha, que é o 31º maior exportador, teve os calçados como 75% de todo o material vendido ao exterior. É nestes dois municípios que a Usaflex produz e segue expandindo. São investidos R$ 72 milhões na ampliação da fábrica, que aumentará a capacidade produtiva em 6 mil pares de calçados por dia, chegando a 34 mil, em Igrejinha.
"Hoje a nossa produção é 100% gaúcha. Temos aqui um diferencial muito importante com a especialização da mão de obra, com muita qualidade no desenvolvimento e no acabamento dos produtos. Isso nos dá muita vantagem em relação ao que é produzido em outras regiões", aponta o executivo da empresa, Sérgio Bocayuva.
É este diferencial que tem garantido a empresas como a Bibi valor agregado à sua produção. Neste mês de outubro, pela terceira vez, a empresa de Parobé recebeu a premiação máxima de Origem Sustentável à sua cadeia produtiva.
Entre os destaques da calçadista está a utilização de matéria-prima 100% atóxica, alinhamento das questões de sustentabilidade com fornecedores e o não descarte das sobras da indústria.
"O design, o maquinário e principalmente a qualidade da mão de obra são os diferenciais da produção gaúcha de calçados. Nascemos na beira do Rio Paranhana, há 47 anos, em um galpão de madeira, em Igrejinha. Mesmo com apenas oito empregados e uma máquina de costura, já tínhamos a nossa mão de obra de qualidade e, com o tempo, agregamos os nossos demais diferenciais", diz o presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta.
A empresa, listada entre as maiores do Rio Grande do Sul pela Revista Amanhã, faturou R$ 5 bilhões no ano passado, e projeta chegar a R$ 5,5 bilhões em 2023. Somente em Igrejinha, são 800 funcionários. Ao todo, a Beira Rio emprega 10 mil funcionários e outros 15 mil terceirizados.
"Nós temos investido muito na qualificação dos nossos funcionários a partir de Igrejinha, e levado essa qualificação para outras regiões do Estado", aponta o empresário, que neste ano investe R$ 60 milhões em duas novas fábricas em Candelária, no Centro do Estado.
Segundo Argenta, a expansão tem como objetivo aumentar o potencial exportador do calçado gaúcho. Hoje, a Calçados Beira Rio destina 90% da sua produção ao mercado nacional, mas exporta para até 100 países.
Jornal do Comércio
