O presidente da Abrameq, André da Rocha, faz um balanço de 2024 e fala sobre as perspectivas para o setor de máquinas neste novo ano de 2025.
Rocha comenta que "O ano de 2024 iniciou com alto grau de incertezas, o que afetou significativamente as decisões de investimentos. Ao longo do ano, com o crescimento do PIB acima do esperado e o nível de desemprego nos menores patamares históricos, houve uma recuperação que, no RS foi interrompida pelos problemas climáticos do mês de Maio. A indústria do couro continua com dificuldades de demanda mundial o que diminuiu ainda mais o preço do couro e a rentabilidade dos curtumes. A indústria de calçados vive uma recuperação de vendas no mercado doméstico e uma queda nas exportações, gerando uma estabilização nos volumes produzidos. Os aumentos de custos do segundo semestre também são fatores de atenção para a manutenção e rentabilidade dos negócios. A falta generalizada de profissionais tem dificultado planos de investimentos e expansão e precisamos repensar a estrutura dos benefícios sociais como Bolsa Família, Vale Gás, etc. Há um número recorde de beneficiários dos programas sociais num ambiente de baixo desemprego, o que precisa ser revisto. Ao longo de 2024, manteve-se o comportamento de compra do ano de 2023, com decisão de investimentos sendo realizados com prazos limites para diminuir o nível de incerteza e o nível de investimentos semelhante ao ano anterior.
A aprovação parcial do pacote fiscal pelo Congresso Nacional dá indicativos de maior compromisso do Governo Federal com a questão fiscal, o que pode diminuir o nível de incerteza para 2025. O dólar americano em patamares muito acima do valor esperado deve acelerar a inflação no primeiro trimestre deste ano e manter a tendencia de aumento de juros pelo Banco Central, o que pode fazer um primeiro trimestre do ano de cautela para investimentos. O crescimento da produção de calçados e couros no Brasil em 2024, colocou a indústria nos níveis de utilização da capacidade instalada similares ou ligeiramente superiores aos níveis de 2019, ano anterior a pandemia. Com níveis de ociosidade menor, um bom potencial de crescimento no mercado doméstico e externo em 2025, somados à escassez de profissionais, há potencial para investimentos importantes na indústria de calçados e couros em novas tecnologias, máquinas e equipamentos."
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